Foto: Reprodução/ Museu Cora Coralina. |
Apresentação: Festival de Teatro de Curitiba (2018)
Data: 01/04/2018 às 12h
Direção: Cláudia Savastano
Duração: 60 minutos
Resumo
Mostrar a vida de Cora (que na verdade se chama Ana mas ficou conhecida por Cora Coralina que era o nome que ela escolheu para assinar as poesias) que foi uma doceira e poetisa goiana, que na terceira idade publicou seu primeiro livro de poesias que tem temas sobre a sua infância e adolescência. Nos seus textos se encontra suas histórias de dificuldades em aceitar a sociedade conservadora, preconceitos e amarguras.
Apresentação
A peça se passa ao ar livre em uma unidade móvel em que, na cena, só aparecem dois personagens, Cora e seu cliente. A peça tem o cenário com representações da antiga casa da personagem, com imagens de flores e um porta retrato com a foto de suas irmãs. As falas são basicamente as poesias que a Cora fez, descrevendo sua casa e sua vida, com a sua perspectiva, dando uma beleza e sofisticação para a peça. É finalizada com a poetisa abrindo a embalagem em que está seu livro finalmente impresso e com mais poemas recitados.
Contexto Cultural
Cora, pelo que foi observado na peça, foi uma mulher que agia de forma diferente dos hábitos da sua época. Ela não aceitava as questões culturais e tradicionais de seu tempo. Por exemplo, uma mulher tinha que casar antes dos 21 anos se não “ficava para titia”. Também é abordado a sua insatisfação com o modo como a sociedade a olhava, com desprezo por ter fugido com um homem que já havia tido um casamento e por ela estar grávida. Mesmo anos depois de voltar a sua cidade natal eles ainda a tratavam com desdém.
A poetisa via toda essa situação como alguém que está vivendo o amor e seguindo seu coração. O correto, na sua situação, era ficar afastada em uma fazenda, ter seu filho longe dos círculos sociais e, depois doar a criança. Cora abandonou sua família, que não a aceitava, para ser feliz e driblando a herança cultural instalada na sociedade.
Crítica
O cenário era uma espécie de caixa, uma estrutura diferente mas muito bem organizada e agradável. A decoração era interessante, com um ar antiquado que podia ser visto até mesmo nos porta retratos.
Mas, uma das coisas que mais chamou a atenção foi a maquiagem da personagem principal. Muito interessante por envelhecer uma atriz jovem que interpretou o papel da idosa Cora de forma muito realista. Em resumo, uma ótima peça para se ver.
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Fernanda Facchini/ Lamparina
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