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sábado, 9 de dezembro de 2017

Queermuseu: A arte não incentiva os problemas, ela aponta eles.

Exposição ocorreu em agosto patrocinada pelo banco Santander por meio da Lei Rouanet. A mostra reunia 270 trabalhos de 85 artistas que abordavam a temática LGBT, questões de gênero e de diversidade sexual.

Foto: www.poder360.com.br

Dia 15 de agosto a mostra Queermuseu: Cartografias da Diferença na Arte Brasileira começava no Santander Cultural, em Porto Alegre e estava programa para se estender até 8 de outubro de 2017, porém, foi cancelada um mês antes do de previsto. A exposição reuniu obras de 85 artistas, incluindo nomes consagrados como Alfredo Volpi e Cândido Portinari.


A mostra gerou polêmica devido à temática aparentemente apologética à pedofilia, zoofilia e à utilização de figuras cristãs em contexto sexual. Pessoas contrárias ao teor das obras teriam causado tumulto em frente ao museu em manifestação contra a exposição. Boa parte da polemica foi procedida pelo MBL que incentivou um boicote público ao Santander, incentivando os clientes a encerrar suas atividades no banco.


A ideia principal das obras é juntar elementos que nunca são associados de forma direta. Como exemplo o quadro que faz referência a Maria segurando o menino Jesus que é representado por um macaco, fazendo uma clara referência ao embate da religião com a ciência.


Foto: http://veja.abril.com.br


O autor pegou dois extremos e os uniu, causando assim um desconforto em algumas pessoas que viram as imagens que simbolizam a sua crença de mão dadas com símbolos que muitas vezes representam os seus maiores inimigos.


Obras com conteúdo controverso sempre existiram no meio artístico. Existem diferentes obras que são criadas para nos causar diversos tipos de sentimentos e não só a alegria. Como Guernica de Picasso que nos causa tristeza ou Relativity de M. C. Escher que nos deixa confusos.




Guernica - pintura de Pablo Picasso.

A arte é um retrato da nossa sociedade. Ter essa realidade expostas, mesmo que cause um grande desconforto nos ajuda a pensar não só nos nossos problemas, mas também nos problemas da sociedade como um todo. Precisamos falar sobre os problemas e não só sobre as belezas.


A exposição trouxe um reflexo dos principais conflitos sociais que presenciamos na sociedade ultimamente. Quem sentiu-se agredido pelo que viu é por que a obra tocou em uma ferida, então o mais inteligente a se fazer é tente curar a ferida em vez de quebrar o quadro.


A arte tem o papel de representar tudo que acontece ao nosso redor como as discussões políticas e a polarização de ideias entre os conservadores, que são mais apegados aos conceitos cristãos contra o pessoal que tende a ser mais progressista e se associar a ideia de quebra de tabus de questões como a sexualidade. Assim como o avanço da ciência que toma respostas que há tempos a traz eram religiosas.


Nem todos estão preparados para ver obras de conteúdo mais pesado, mas isso não nos dá o direito de impedir que outros que se interessem em sentir essa experiência não possam ter essa oportunidade.

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